Esaú e Jacó é o penúltimo livro de Machado de Assis, lançado
em 1904, quatro anos antes da sua morte, pela Garnier, e, segundo a maioria dos
críticos, em pleno apogeu literário, depois de escrever, em 1899, Dom Casmurro,
o mais célebre de seus livros.
Esaú e Jacó se destaca por consolidar esta suave maestria no
domínio da narrativa. Machado despoja-se da excentricidade ocasional num texto
que abandona resquícios do picaresco e envereda num realismo que retoma a
melancolia e o lirismo que se iniciara na primeira fase de sua produção
literária. Destaque são os personagens muito próximos da vida real.
O Conselheiro Aires é um personagem poderoso que contracena
com Natividade, mãe dos gêmeos Pedro e Paulo, que protagonizam este romance. E
Machado chega quase à perfeição formal ao estabelecer esta trama fascinante
onde os iguais são opostos e concorrentes. Discordam na política, na vida,
sempre em campos opostos, um contra o outro, chegando mesmo a cortejar a mesma
mulher.
A ambiguidade narrativa se instaura com o Conselheiro Aires,
personagem e narrador, que no entanto, também é visto a partir de uma terceira
pessoa. Machado por esse jogo de opostos pode comentar um tempo de grande
agitação política. Não sendo estranho ao livro temas como abolição da
escravatura, encilhamento e Estado de sítio, porém o tema melhor abordado e
reconhecido é a Proclamação da República, a qual se faz uma tremenda crítica.
O Coronel e o Lobisomem é segundo livro do escritor brasileiro
José Cândido de Carvalho, sendo lançado em 1964.
Trata-se da história do coronel Ponciano de Azeredo Furtado,
membro da Guarda Nacional, de menino a herdeiro, de Mata-Cavalo (alusão à casa
de Dom Casmurro) e Sobradinho, entre outras propriedades, a especulador de
açúcar e cavaleiro quixotesco.
Do inicio ao fim do romance o leitor é levado ao espírito do
Cel. Ponciano, sentindo suas emoções e paixões, ao qual este dá um tom
narrativo na primeira pessoa, interagindo com seu grande rival Nogueira, e seu
eterno amor Esmeraldina.
Romance em primeira pessoa. Ponciano de Azevedo Furtado,
neto de Simeão, oficial superior da Guarda Nacional, espécie de herói picaresco
dos Campos dos Goitacazes, estado do Rio de Janeiro, conta suas façanhas e seu
esforço em lutar contra as mais variadas formas de injustiça: contra o valente
de circo(Vaca-Braba), contra o cobrador de impostos, contra o tipo agiota.
Espécie de cavaleiro andante das causas perdidas, solteirão rico, é cobiçado
pelas mães ansiosas pelo casamento de suas filhas. Apesar de fraco no
entendimento de coisas econômicas e administrativas (especulação do açúcar) é
um forte na arte de desencantar assombrações e cair na artimanha de mulheres
casadas. O Coronel e o Lobisomem funde o realismo fantástico (inspirado na
literatura de cordel e na fábula), e o retrato dos resíduos da sociedade
patriarcal brasileira, valorizadora, da coragem e a atrelada, simultaneamente,
a superstições e atavismos de toda a natureza. Esse realismo
"fantástico" ou "mágico" que aproxima José Cândido de
Carvalho de autores importantes de ficção latino-americana (Gabriel Garcia
Marques), Vargas Losa etc.) pode ser entendido como a resposta artística ao
fenômeno de desmagicização do mundo, resultado do violento choque entre o
Ocidente que avança e os povos extra europeus que se rebelam, tentando
consciente ou inconscientemente, defender suas criaturas autóctones. É ainda
uma vez, a luta do instinto contra a civilização; do primitivo contra o moderno,
do mágico contra o racional, do surreal contra o real.
Guerra dos Mascates é um romance em dois volumes do escritor
brasileiro José de Alencar. O livro entrou no prelo em 1871, como se vê na
página de rosto, mas apenas em 1873 foi publicado e segundo o próprio Alencar:
"ainda assim desacompanhado do outro tomo, que lhe serve de parelha",
que foi publicado em 1874.
Romance histórico situado no episódio de mesmo nome,
ocorrido em Pernambuco, em 1710-1711, foi escrito em 1870, após a desilusão do
autor com a política. Foi publicado em dois volumes: o primeiro, em 1873; o
segundo, em 1874. Para esse romance em que a mesquinharia dos motivos políticos
ganha relevo, Alencar redigiu três notas de apresentação ou comentários: duas
para o primeiro e uma para o segundo volume. Em todas, adverte contra a
tentação dos leitores de "ver personagens contemporâneos disfarçados
nessas figuras do século passado" – ou seja, desperta e renova a atenção
do leitor para aquilo que justamente finge repudiar.
O Guarani é um romance escrito por José de Alencar,
desenvolvido em princípio em folhetim, de fevereiro a abril de 1857, no Correio
Mercantil, para no fim desse ano, ser publicado como livro, com alterações
mínimas em relação ao que fora publicado em folhetim.
A obra fez de José de Alencar um autor reconhecido. Foi
republicada por diversas editoras e, atualmente, encontra-se em domínio público.
A obra se articula a partir de alguns fatos: a devoção e
fidelidade de Peri, índio goitacá, a Cecília de Mariz; o amor de Isabel por
Álvaro, e o amor deste por Cecília; a morte acidental de uma índia aimoré por
D. Diogo e a consequente revolta e ataque dos aimorés, tudo isso ocorrendo com
uma rebelião dos homens de D. Antônio de Mariz, liderados pelo ex-frei
Loredano, homem ambicioso e mau-caráter, que deseja saquear a casa e raptar
Cecília.
Álvaro, que já conhecia o amor de Isabel por ele e também já
a amava, se machuca na batalha contra os aimorés. Isabel, vendo o corpo do
amado tenta se matar asfixiada junto com o corpo de Álvaro, quando o vê vivo
tenta salvá-lo, porém ele não permite e morrem juntos.
Durante o ataque, D. Antônio, ao perceber que não havia mais
condições de resistir, incumbe Peri à salvar Cecília, após tê-lo batizado como
cristão. Os dois partem, com Ceci adormecida e Peri vê, ao longe, a casa
explodir. A Cecília só resta Peri.
Durante dias Peri e
Cecília rumam para destino desconhecido e são surpreendidos por uma forte
tempestade, que se transforma em dilúvio. Abrigados no topo de uma palmeira,
Cecília espera a morte chegar, mas Peri conta uma lenda indígena segundo a qual
Tamandaré e sua esposa se salvaram de um dilúvio abrigando-se na copa de uma
palmeira desprendida da terra e alimentando-se de seus frutos. Ao término da
enchente, Tamandaré e esposa descem e povoam a Terra.
As águas sobem, Cecília se desespera. Peri com uma grande
força arranca a palmeira e faz dela uma canoa para poderem continuar pelo rio,
deixando subentendido que a lenda de Tamandaré se repetiu com Peri e Cecília.
O Alienista é uma célebre obra literária do escritor brasileiro
Machado de Assis. Para alguns especialistas, trata-se de uma novela, outros o
consideram um conto. A maioria dos críticos, porém, considera a obra um conto
mais longo, por causa da sua estrutura narrativa.
Publicado em 1882, quando aparece incorporado ao volume Papéis
Avulsos, havia sido publicado previamente em A Estação (Rio de Janeiro), de 15
de outubro de 1881 a 15 de março de 1882.
Simão Bacamarte é o protagonista da história. A ciência era
o seu universo, vivia estudando. Representa bem a caricatura do tiranismo da ciência
no século XIX. Construiu a Casa Verde para materializar suas ideias, mas acabou
se tornando vítima delas, recolhendo-se à Casa Verde por se considerar o único cérebro
bem organizado de Itaguaí. Decide enveredar-se pelo campo da psiquiatria e
inicia um estudo sobre a loucura e seus graus, classificando-os. Instalou-se em
Itaguaí, onde funda a Casa Verde, um hospício, e abastece-o de cobaias humanas
para as suas pesquisas. Passa a internar todas as pessoas da cidade que ele
julgue loucas; o vaidoso, o bajulador, a supersticiosa, a indecisa, sendo que
na verdade eram apenas comportamentos, às vezes, estranhos. Durante a trama, a
opinião das pessoas sobre a Casa Verde irá mudar inúmeras vezes, por vez
apoiando Simão Bacamarte, e por vez querendo matá-lo. Tão revolucionária foi
essa história que a Casa Verde chega a mudar até a política da cidade.
Reflexões sobre a Vaidade dos Homens é um livro de Matias
Aires. Publicado pela primeira vez em 1752, a obra conheceu mais três edições
ainda na segunda metade do século XVIII (1761, 1778 e 1786.
Apesar de tão notável êxito editorial, o obra mergulhou no
ostracismo durante toda a centúria seguinte e os princípios da atual. Até que Solidônio
Leite (Clássicos Esquecidos, Rio de Janeiro, 1914) repôs Matias Aires no
interesse público e dos estudiosos.
Nestor Vítor, atendendo ao chamado de Solidônio Leite,
publicou ao jornal carioca Correio da Manhã (janeiro de 1914) três artigos
acerca do autor de Reflexões. Uma edição fac-similar da obra veio completar a
ressureição do prosador paulista. Outra edição, com ortografia atualizada e
inteligentemente prefaciada por Tristão de Ataíde, dada à estampa em 1942, ao
mesmo tempo que outros estudiosos lhe dedicavam atenção, principalmente no que
tange à biografia, consegrou-o em definitivo.1
As Reflexões, em que se evidencia o impacto do Eclesiastes,
de La Rochefoucauld, Pascal, La Bruyère, Bossuet e Massillon, compõem-se de 163
fragmentos subordinados ao tema geral da vaidade.1
O moralista discute-o sob os mais variados pontos de vista, a saber: a vaidade
é um vício, parece-se com o amor-próprio, a vaidade de ter juízo, de ter razão,
de ter malícia, da solidão, a vaidade do medíocre, a vaidade do herói, da glória,
da fortuna, do renome, do rei, da mulher, da beleza etc.
(Fonte: http://www.lpm.com.br)
Lucíola é o quinto romance do escritor brasileiro José de
Alencar, publicado em 1862. Com a publicação de Lucíola, em 1862, inicia
Alencar a sua série de "Perfis de Mulher", romances em que estuda
caracteres femininos, torturados por contradições e antagonismo psicológicos,
fazem parte da série também: Diva (1864) e Senhora (1875).”
Seduzida ainda jovem por um homem devasso em um momento de
dificuldades infortúnio em que precisava de dinheiro para salvar os familiares
doentes, Maria é expulsa de casa pelo próprio pai, trocando então seu nome de
Maria da Glória para Lúcia. Lúcia começa a viver como uma prostitua caprichosa,
explorando seus ricos amantes, por quem manifesta um claro desprezo. Um dia
conhece Paulo da Silva, um jovem pernambucano que chega ao Rio de Janeiro e se
apaixona por ela. Esse afeto sincero faz com que a verdadeira natureza de Lúcia
venha à tona. E essa luta entre a força regeneradora do amor puro e uma vida de
pecados e devassidão que José de Alencar focaliza com muito vigor. Dedicando-se
de corpo e alma ao amor de Paulo, que foi capaz de compreender e perdoar seu
passado, Lúcia encontra pela primeira vez na vida a tão almejada paz de
espírito. Mas, vitimada por uma doença fatal, vem a falecer na flor da idade,
cercada pelos carinhos de Paulo, a quem encarrega de cuidar - como pai - de sua
irmã mais nova, Ana.
Ecce homo (em alemão: Ecce homo. Wie man wird, was man ist)
é uma das obras mais controversas de Nietzsche, publicada em meio ao
agravamento de sua doença e transtorno mental.
A intenção de Nietzsche ao deixar esta última obra, pelas
suas próprias palavras, era de não ser confundido ou mal compreendido. Tinha
receio de ser "santificado" ou idolatrado e, por isso mesmo, deixou
claro que não era nem santo (cita-se: "Eu sou um aprendiz do filósofo
Dionísio, e faço mais gosto em ser tomado como sátiro do que santo.") e
que não desejava ser imitado e sim ser tomado como modelo (como já citado em A
Gaia Ciência).
Neste livro ele não economiza palavras para citar grandes
autores (muito ou pouco conhecidos). Explica o momento de vida no qual publicou
cada uma de suas obras, dando, inclusive, em alguns casos, uma sinopse dos
escritos.
Elogia, inclusive, aquela que considera como obra máxima,
não apenas sua, mas de toda a Humanidade: Assim Falou Zaratustra. Antes de sua
profunda enfermidade, fez questão de saber que seu livro havia sido publicado e
traduzido.
O Cortiço é um romance naturalista do escritor brasileiro Aluísio
Azevedo publicado em 1890. Que denuncia a baixa renda dos
cortiços cariocas do final do século XIX.
Barroquista, o autor usa de gestos denominados mimetismos,
atribuindo as pessoas e coisas, adjetivos e ações de animais e plantas, como
nos exemplos:
Um dia, porém, o seu homem, depois de correr meia légua,
puxando uma carga superior às suas forças, caiu morto na rua, ao lado da
carroça, estrompado como uma besta.
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade
quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma
coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele
lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco.
(...) e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da
estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela
sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu
fartum de bestas no coito.
Havia ainda, sob as telhas do negociante, um outro hóspede
além do Henrique, o velho Botelho. Este, porém, na qualidade de parasita.
Candide, ou l'Optimisme é um conto filosófico em tom de sátira
publicado pela primeira vez em 1759 por Voltaire, filósofo do Iluminismo. A novela
já foi traduzida em centenas de línguas e, em português, seu título costuma ser
Cândido ou O Otimismo ou simplesmente Cândido.5
Foi realizado, ao que parece, em três dias, em 1758, ainda sob a impressão do terremoto
de Lisboa, com assinatura de um pseudônimo, "Monsieur le docteur Ralph",
literalmente, "Senhor Doutor Ralph". Narra a história de um jovem,
Cândido, vivendo num paraíso edênico e recebendo ensinamentos do otimismo de Leibniz
através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a abrupta interrupção deste
estilo de vida quando Cândido se desilude ao testemunhar e experimentar
eminentes dificuldades no mundo. Voltaire conclui a obra-prima com Cândido — se
não rejeitando o otimismo — ao menos substituindo o mantra leibniziano de
Pangloss, "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis", por
um preceito enigmático: "devemos cultivar nosso jardim."
Cândido é caracterizada pelo tom sarcástico, bem como pelo
enredo errático, fantástico e veloz. Este romance picaresco com uma história
semelhante à de um romance de
formação mais sério, parodia diversos clichés do romance e da
aventura, as lutas das quais são caricaturadas em um tom que é, mordazmente,
matéria de fato. Ainda assim, os eventos discutidos no livro são muitas vezes
baseados em acontecimentos históricos, como a Guerra dos Sete Anos e o já
citado terremoto de Lisboa de 1755. O problema do mal, tema comum aos
filósofos da época, é exposto também neste conto, de forma mais direta e
ironicamente: o autor ridiculariza a religião, os teólogos, os governos, o
exército, as filosofias e os filósofos por meio de alegorias; de maneira mais
conspícua, chega a roubar Leibniz e seu otimismo.
Ubirajara é um livro de romance do escritor brasileiro José
de Alencar. Foi publicado em 1874.
Caracteriza-se pelo enredo que mostra o "primeiro
termo" da tríade indianista de José de Alencar, onde sua personagem
principal é um índio brasileiro puro, que ainda não se corrompeu perante à
cultura europeia.
Jaguaré, jovem caçador araguaia, procura em outras terras um
inimigo com quem possa lutar, pois levando um prisioneiro para sua taba ele
conseguiria o título de guerreiro. Mas em vez de um guerreiro, ele encontra uma
índia tocantim de nome Araci, que era filha do chefe da tribo. Ela diz que em
sua nação existem cem guerreiros que vão disputá-la em casamento e Jaguarê é
convidado a ser mais um deles. Jaguarê prefere dizer a Araci que mande todos
eles para combater com ele e assim ela fez.
Logo aparece Pojucã para combater com Jaguarê e é vencido
por ele. Jaguarê torna-se então Ubirajara, o senhor da lança. Sendo levado para
a taba de Ubirajara, Pojucã tem a oportunidade de ficar com a antiga prometida
à Jaguarê, a jovem Jandira. Esta se recusa ficar com Pojucã e foge para a
floresta. Ubirajara chega à taba de Araci e, como permite a lei da
hospitalidade, não se identifica, adotando o nome de Jurandir, o que veio
trazido da luz. Compete com os demais pretendentes de Araci e ganha a mão da
jovem tocantim em casamento, mas antes de casar-se é obrigado a identificar-se.
Faz-se ali uma situação constrangedora, pois seu prisioneiro é Pojucã, irmão de
Araci.
Estava assim declarada a guerra. Pojucã é libertado para que
pudesse lutar junto com o seu povo, os tocantins. Quando os araguaias vão
atacar, surgem os tapuias, que têm o direito de atacar antes dos araguaias, que
têm que esperar. Itaquê, chefe dos tocantins, vence o chefe dos tapuias mas
fica cego perdendo assim a liderança de seu povo. Para que possa haver uma
sucessão os guerreiros tocantins devem pegar o arco de Itaquê, dobrá-lo e
atirar com ele. Nenhum guerreiro tocantim consegue o feito, inclusive Pojucã,
filho de Itaquê. Por isso convidam Ubirajara para fazê-lo.Este o faz com tal
destreza e habilidade que emociona Itaquê. Ubirajara enfim, une os dois arcos
das duas nações, araguaia e tocantim, dando origem à nação Ubirajara.
Encarnação é um dos romances do escritor brasileiro José de
Alencar. Publicada postumamente, em 1893, é, juntamente com A pata da gazela,
um romance dominado pelo fetichismo e pelo grotesco. Aqui, entretanto, não há
ironia nem farsa, trata-se de um romance de clima, em que o tema fundamental da
superação das dificuldades pelo verdadeiro amor, que anima toda a ficção
citadina de Alencar.
Hermano, muito bem situado socialmente, casa-se com Julieta,
de projeção social menor, filha de coronel aposentado, muito atraente, e vão
viver na chácara de São Clemente uma vida plena de felicidade e que só terminará
com a morte da esposa durante um aborto. Abreu, o criado, sempre muito bem
vestido com trajes escuros, atende bem as poucas visitas que lá comparecem para
tratar de negócios. Pai de criação de Julieta, após sua morte, torna-se homem
de confiança e ajuda o patrão a manter viva a memória da esposa.
O Dr. Henrique Teixeira, recém-chegado da Europa e amigo de
infância de Hermano, leva-o para Paris, tentando ajudá-lo, mas sem sucesso. Ele
retorna para sua chácara. Cumprindo algum pacto de amor eterno, Hermano
encomenda estátuas da esposa, que chegam em sua casa embalada em grandes caixas
fechadas que motivam muitos mexericos na região. Amália, desde os nove anos
bisbilhotando a vida do casal, agora com 18 anos vê chegarem aquelas caixas e
depois vê silhuetas de mulher na casa. Supõe uma traição de Hermano à memória
da esposa e se decepciona. O Sr. Veiga busca uma aproximação com o jovem médico
para saber mais da vida do vizinho, um bom partido, e do seu equilíbrio
emocional.
Amália aproveita, também, para saber mais do vizinho e o pai
supõe um namoro da filha com o médico. O tempo passa, Amália começa a sentir
atração por Hermano e procura chamar sua atenção usando todos os seus dotes e,
principalmente, a sua bela voz que era, também, um dom de Julieta muito admirado
pelo marido. Hermano é tocado e se aproxima de Amália usando o, agora amigo
comum, Dr. Teixeira. Os dois se conhecem em uma festa e se entendem. A casa de
Hermano é reformada e decorada para receber a noiva. Os aposentos da ex-esposa,
porém, são conservados intactos e sempre fechados, por determinação de Hermano.
O casamento acontece e é marcado pelos mal-entendidos e dúvidas levantadas, há
tempos, por Amália, o que impede a sua realização de fato.
O casamento de fato só acontecerá quando Amália, desobedecendo
ordem de Hermano, pega a chave dos aposentos de Julieta e, então, tudo se
esclarece. A história termina com o nascimento de uma menina muito bonita e que
completa a felicidade do casal. A menina apresenta traços de Amália e, também,
traços da ex-esposa, Julieta, que não seriam geneticamente explicáveis.
Diva é um dos romances do escritor brasileiro José de
Alencar. Foi publicado em 1864. Não é uma continuação da obra Lucíola, ao
contrário do que muitos pensam. A história de Lucíola se encerra na própria
obra. O que liga as duas obras é um detalhe curioso. O narrador de Lucíola,
Paulo, se torna amigo do narrador de Diva, Amaral, como é possível depreender
da epígrafe de Diva. Então, o livro Diva é composto por cartas que Amaral teria
enviado a Paulo, como confissões a um amigo.
Diva narra a história de Emília Duarte. O narrador, em
primeira pessoa, é o homem que a ama, Augusto Amaral. Emília é uma adolescente
muito retraída e tem aversão a que estranhos a toquem. Uma enfermidade a leva
quase à morte. É chamado um médico recém-formado, colega de seu irmão, Dr.
Augusto Amaral. Augusto dedica-se a Emília, mas ela se recusa a ser tocada e não
o deixa sequer entrar no quarto. Apesar de tudo, Augusto consegue salvar a
moça, o que faz com que ela o odeie, temendo que ele exija sua amizade como
recompensa. Seguem-se várias discussões e brigas entre os dois, onde se revela
o caráter de Emília, extremamente instável e voluntariosa. Augusto acaba
apaixonando-se por Emília, mas as atitudes dela são tão incertas que acabam por
levá-lo ao desespero. Ao final tudo se reequilibra e termina bem, quando Emília
revela seu amor pelo médico. No final do Capitulo III, a personagem Emília é
comparada a uma Vênus moderna, a diva dos salões, explicando assim o título do
livro: Diva.
Filósofo holandês e o grande divulgador do humanismo
renascentista no norte da Europa e Alemanha, Erasmo de Rotterdam (1467-1536)
escreveu esta obra A Civilidade Pueril que, por cerca de três séculos indicou
formas de garantir a pedagogia das boas maneiras, influenciando diretamente
muitas práticas pedagógicas. Dados sobre essa obra de Erasmo apontam
indistintamente referências às crianças e aos jovens, o que comprova que ele
não as diferenciava, mas se referia a uma disciplina que servisse a todos
indistintamente, e não só a jovens de elite, como era comum na época.
Erasmo também elaborou De Pueris, que literalmente significa Sobre os Meninos ou Dos Meninos - um texto onde o educador descortina o fundamento de tudo que vai orientar a vida em desenvolvimento do menino e dos adolescentes. Segundo ele, todo o processo educativo estaria pautado pelo alinhamento cultural orientado pelo humanismo e, além de seus estudos na área pedagógica, o filósofo também foi um erudito dedicado à teologia, retórica e aos estudos clássicos.(fonte: escala.com.br)
Erasmo também elaborou De Pueris, que literalmente significa Sobre os Meninos ou Dos Meninos - um texto onde o educador descortina o fundamento de tudo que vai orientar a vida em desenvolvimento do menino e dos adolescentes. Segundo ele, todo o processo educativo estaria pautado pelo alinhamento cultural orientado pelo humanismo e, além de seus estudos na área pedagógica, o filósofo também foi um erudito dedicado à teologia, retórica e aos estudos clássicos.(fonte: escala.com.br)
Publicado entre 1304 e 1307, a obra Banquete é conhecida
como o tratado filosófico escrito pelo poeta e filósofo italiano Dante
Alighieri (1265-1321). Como o título em si, é um livro que pretende oferecer um
banquete de sabedoria, principalmente aos pobres e marginalizados da cultura
das letras da Idade Média. A obra funciona como um elogio do amor, da nobreza
de alma e, ao mesmo tempo, uma crítica rígida contra a nobreza medieval de
cunho político, contra muitos dos valores estabelecidos pela sociedade da época
e contra a falsa moral. (fonte: loja.tray.com.br)
Na época de sua publicação, em 1749, Carta sobre os Cegos
fora considerada uma sátira dirigida àqueles que enxergam, mas não veem, ou
veem mas não enxergam, levando o seu escritor à prisão. No entanto, o tema da
carta era outro: partindo das percepções que os cegos experimentam ao contato
com objetos reais que não veem, Diderot constrói uma teoria peculiar sobre as
sensações nos cegos e naqueles que veem.
Já na Carta sobre os Surdos e Mudos, publicada em 1751, Diderot envereda especialmente entre questões de linguagem, abordando sobretudo os efeitos poéticos, os problemas de tradução da poesia e sua estética. (fonte: escala.com.br)
Já na Carta sobre os Surdos e Mudos, publicada em 1751, Diderot envereda especialmente entre questões de linguagem, abordando sobretudo os efeitos poéticos, os problemas de tradução da poesia e sua estética. (fonte: escala.com.br)
Os 53 poemas reunidos em Espumas flutuantes (1870)
sintetizam todas as características inovadoras de Castro Alves. O título
incomum transmite uma poderosa idéia de transitoriedade: o desalentado poeta
sente sua vida esvair-se, como as espumas no mar agitado, frente à iminência da
morte (de fato, ele viria a falecer menos de 1 ano após a publicação, em 1871).
A antologia inclui poemas notáveis, como: O livro e a América, Ahasverus e o
gênio, Mocidade e morte, Adormecida, Ode ao dois de julho, entre tantos outros.
A obra, única publicada pelo poeta em vida, foi acatada pela
crítica com enorme admiração e respeito, consagrando Castro Alves, então
estudante do 4º ano de Direito, no cenário literário brasileiro. Tal aceitação
permitiu que seus trabalhos póstumo fossem compiladas, entre os quais está a
monumental poesia épica Os Escravos (em que se destaca o famosíssimo poema O
Navio Negreiro).
Castro Alves dedica sua antologia à memória do pai, o médico
Antônio José Alves; da mãe, D. Clélia Brasília da Silva Castro (filha natural
do Herói da Independência da Bahia, Major Silva Castro) e de seu irmão - todos
prematuramente falecidos.
Crepúsculo dos Ídolos, ou Como Filosofar com o Martelo (no
original em alemão: Götzen-Dämmerung oder Wie man mit dem Hammer philosophirt)
foi a penúltima obra do filósofo alemão Nietzsche, escrita e impressa em 1888,
pouco antes de o filósofo perder a razão. O próprio Nietzsche a caracterizou -
numa das cartas acrescentadas em apêndice a esta edição - como um aperitivo,
destinado a "abrir o apetite" dos leitores para a sua filosofia.
Trata-se de uma síntese e introdução a toda a sua obra, e ao mesmo tempo uma
"declaração de guerra". É com espírito guerreiro que ele se lança
contra os "ídolos", as ilusões antigas e novas do Ocidente: a moral
cristã, os grandes equívocos da filosofia, as idéias e tendências modernas e
seus representantes. De tão variados e abrangentes, esses ataques compõem um
mosaico dos temas e atitudes do autor: o perspectivismo, o aristocratismo, o
realismo ante a sexualidade, o materialismo, a abordagem psicológica de
artistas e pensadores, o antigermanismo, a misoginia. O título é uma paródia do
título de uma opera de Wagner, Crepúsculo dos deuses. No subtítulo, a palavra
"martelo" deve ser entendida como marreta, para destroçar os ídolos,
e também como diapasão, para, ao tocar as estátuas dos ídolos, comprovar que
são ocos.
Cartas Persas (Lettres persanes) é uma compilação de textos
do filósofo francês Barão de Montesquieu escritos de 1711 a 1720 e publicados
anonimamente em 1721.
Obra de sua juventude, é um relato imaginário, sob a forma epistolar,
sobre a visita de dois fictícios amigos persas, Rica e
Usbeck, a Paris,
durante o reinado de Luís XIV. Eles escrevem para seus amigos na Pérsia tudo o
que veem lá. Por meio desta narrativa, critica a sociedade, os costumes, as
instituições políticas e os abusos da Igreja e do Estado na França e Europa da época.
Espirituoso e irreverente, esse primeiro livro de Montesquieu
tem um fundo sério, pois relativiza os valores de uma civilização pela
comparação com os de outra muito diferentes. Verdadeiro manual do Iluminismo,
foi uma das obras mais lidas no século
XVIII.
Diderot (1713-1784), em seu Carta sobre o comércio do livro,
comenta que Que livro é mais contrário aos bons costumes, à religião, aos
lugares-comuns da filosofia e da administração, em uma palavra, a todos os
estereótipos banais, e consequentemente mais perigoso do que as Cartas Persas?
O que se pode fazer de pior? Existem contudo cem edições das Cartas Persas e
não há um estudante em toda a Universidade que não ache um exemplar nos sebos
por doze vinténs (tradução de Bruno Feitler).